Não só de ouvir Falar-por:*Nathalia Mayumi Tsukamoto

quarta-feira, 17 de março de 2010

 De tempos em tempos aparecem nas nossas vidas pessoas que direta ou indiretamente nos inspiram, que ampliam a nossa visão da realidade.  Aí colocamos elas por um período, ou pela vida inteira, numa espécie de galeria interior, reservada para pessoas dignas da nossa admiração.

Na segunda-feira, tive a oportunidade de presenciar uma palestra com um desses “ilustres”. Na realidade é um professor e pesquisador equatoriano, desconhecido da maioria das pessoas que não são da área, mas que tem uma importância imensa para a saúde comunitária na América Latina.  Sala de aula, textos, resumos (tentei ler um livro uma vez mas era complexo demais...rs) conceitos que ele lançou há algum tempo, hoje são a base para uma série de análises sobre a relação entre saúde e sociedade; e para mim, em particular, me fizeram encarar de um modo totalmente diferente a profissão que um dia eu vou exercer.

Fiquei na expectativa do que o homem ia dizer, e enquanto ele falava percebi que todos aqueles conceitos de fato eram reais e aplicados por ele, e que mesmo sendo alguém já habituado ao ambiente acadêmico e super-altamente-qualificado ele tinha uma humildade impressionante, e também uma certa paixão por aquilo que ele realiza. Honestamente, no conteúdo da palestra não tinha nada muito novo, mas fiquei pensando no quanto pode ser impactante ao invés de apenas ler escritos distantes você ter a oportunidade de presenciar uma fala, fazer perguntas e captar um pouco da personalidade de alguém assim.

Imediatamente me ocorreu um paralelo... Muita gente ouve sobre Jesus, sobre o amor dele, sobre a obra dele (e que obra!), sobre as experiências de outras pessoas com ele [basta ligar a TV], muita gente cita suas palavras para defender ou refutar idéias e argumentos, estuda escritos, muita gente tenta aplicar seus ensinamentos, tenta ser seguidor, ou apenas admira de longe...

Mas nada, naaaaaaaaaaaaaaaaaaada pode se comparar ao impacto de estar na presença Dele e perceber o amor – não como um conceito, mas como algo tão real que parece tomar conta das suas entranhas, e um caráter que não apenas se revela com ações, mas que faz com que você não seja mais o mesmo; e ouvir palavras que não fazem parte do padrão que  sempre te mostraram, mas que geram vida, que conferem sentido às coisas, que te fazem sentir segurança...

Jesus não precisa vir do Equador... e não é necessário marcar dia e hora específicos... e o espaço que existe dentro de mim para admirá-lo não é apenas uma galeria, mas sim cada cômodo, compartimento, cada coisa “preenchível”... se você não conhece, talvez esteja deixando passar algo por demais precioso...